E lá estávamos nós cinco, após algum tempo de separação forçada, conversando e discutindo como sempre, com sutis diferenças na perspectiva, com todo o tempo do mundo para concordar e discordar. Pulando de Lady Gaga para a construção histórica do " rebelde" (daí o Sr. Dean do título) e daí para o cavaleiro da fé kierkegaardiano; mais uma reunião espontaneamente séria e sarcasticamente comentada em notas de rodapé improvisadas em conversas pararelas.
O que norteou a confusão (eu sei, é uma aparente contradição em termos) foi a palavra "transgressão" e os significados que ela poderia assumir para alguém que queira ter uma coerência interna mínima.
No fazer artístico, significa procurar chocar, quebrar padrões, (tentar) ser autêntico. Tudo muito altamente discutível, questionável e que repugna certa parte de mim (se majoritária ou não, é outra história) por pressupor qualquer-coisa-que-ainda-não-consigo-frasear. Talvez seja simplesmente porque supõe o artista enquanto Outro Além, médium entre esferas de existência ou qualquer coisa do tipo. É, talvez seja isso. E tenho problemas com quimeras ingênuas.
Na história. Ah, pensem aí: James Dean enquanto mito, brand cultural e símbolo que liga com a ascenção/criação/reprodução da cultura jovem no pós-guerra, o rock como música transgressora e imoral, a publicidade entrando nos seus moldes atuais de atuação no mercado (Mad Men!), indústria automobilística reerguendo-se, dissolvição das estruturas de classes pré-II Guerra e muitos outros nexos causais que estou com preguiça de pontuar (sintam-se à vontade para retificar isso tá?).
No viver cristão.
No viver cristão...
No viver cristão chegou-se a conclusão... qual?
É possível ser transgressor (passar para outro lado. Vá ler o Aurélio!) com outros? Ou é tudo sempre individual, dependente do "carismático", do "iluminado", do "ungido" fulan@? E se é tudo uma e outra coisa, como sempre digo, onde se traçam as linhas? Se vejo algo torto quero consertar. Mas vale a pena consertar a Igreja? E não me venham com essa de "é só Jesus/Espírito Santo/Deus que conserta a Igreja". CLARO QUE SIM. Mas você, piedosos, acham que Ele usa o quê? O anjo descerá do céu no último dia, tocando a trombeta. Não é interessante que o Novo Testamento delegue para o último dia feitos fantásticos como esses? Mesmo os sinais e maravilhas prometidos aos santos após a Ascenção do Cristo são sobre o corpo mortal e sobre as leis naturais. São distorções, passsagens alternativas no código da programação, digamos assim. A Ele ficam reservados, por ora, coisas como atravessar paredes.
Vale a pena transgredir? Vale a pena passar por esse deserto solitariamente? Viver do que os corvos trazem? Teríamos CORAGEM para isso? E mais importante: (realmente) achamos necessário mudar as coisas? Não mudar para permanecer. Mudar para modificar e seja-o-que-Ele-quiser.
Será?
terça-feira, 13 de julho de 2010
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4 comentários:
QUE LINDO... NÃO ENTENDI MUITA COISA MAS ACHEI O TEXTO MUITO INFORMATIVO.
Meu caro, Rob, alegria sempre!
Como de costume, seu texto vem recheado de referências que eu tenho que googlear depois, continue assim. Sem falar na carga reflexiva a que ele nos expõe, com questões que pareciam já bem esclarecidas, mas que é sempre bom olharmos além.
Bom, uma tarde de domingo (como essa), é um bom momento pra refletir acerca desse viver cristão. Olhando por esse espelho histórico que você, muito sabiamente apresentou, enxergamos que essas transgressões (na música, na publicidade, na indústria) só vieram a existir pela necessidade urgente (que foi enxergada por individuos e grupos) até atingirem o ápice de se transformarem em novos padrões de massa. E é aí que está o problema da transgressão, o pós, a continuação. Já vivemos transgressões religiosas bastante sangrentas, que resultaram no maior racha da história cristã (Protestante x Católico), mas a grande pergunta é, depois de 500 anos, qual é a "transgressão" que estamos precisando? (essa é difícil, hein? rsrsrs)
Mesmo assim, acredito que podemos subverter os padrões todos os dias quando nos dispomos a ser a "diferença", quando NÃO nos submetemos às massas, quando resolvemos pensar e agir diferente da maioria que nos cerca. E assim vamos encontrando pessoas que se identificam com isso, e dai poderemos influenciar os demais... catapimba, temos uma transgressão! rsrs
No Amor que nos faz um!
Abraço do @zeknascimento.
A igreja transgrediu a muito tempo, está na pratica do ser humano transgredir.
A proposta de mudança é o mesmo que propor em violar algo, que traga beneficios.
O transgredir é a busca por um beneficio seja ele pelo mudo bom ou ruim.
Toda mudança é a transgressão de algo que está ruim, afinal a palavra significa "infringir, violar, quebrar."
Quando voce se dispoem a mudar algo em sua vida voce inevitavelmente está transgredindo algo que por mais que não seja uma lei em sua vida é um custume, nos acostumamos comas coisas muito rapido, e acaba as vezes tornando-se uma lei para nós, e quando resolvemos mudar transgredimos essa "lei".
De certa forma vale apena transgredir, violar, quebrar o custumi que nós achamos que é "lei".
É certo de que não vai cair do céu como voce disse, teremos que forçar está mudança, teremos que transgredir está suposta lei que na verdade é o custume, se quisermos isso.
E ele está morto e enterrado, não sobrou mais nada dele, só os ossos, (risos).
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