sábado, 20 de março de 2010

#Sorry

Como começar isso...?

Desculpe por não corresponder às suas noções. É sério. Alguma coisa me impele a ser mais como você gostaria, ou melhor, como eu acredito que você gostaria que eu fosse (ou seria como as pessoas acreditam que você gostaria que eu fosse?). Mas, e você sabe disso muito bem, tenho problemas em corresponder às expectativas dos outros. Ultimamente tenho tentado me conformar, e até convenci alguns (quem sabe, até eu mesmo!) de que AGORA eu estava correspondendo àquele modelo. Agora SIM seria aceito e tratado como igual.

Por você? Não, não acredito que seja por você que fiz/faço isso. Ao menos em grande parte. Acho que é pelos outros.

Por quê? Eu sei lá; a opinião alheia parece importar pra maioria da humanidade e eu, infelizmente, não constituo exceção. Já externei pra outros(as) meus desejos de extirpar minha humanidade de mim. Arrancar os afetos, as emoções, hesitações carnais e sentimentais que só fazem me atrapalhar. Sim, eu sei. O preço. Sempre o preço. Sei que é alto. E sei que não estou disposto a pagar. Desculpa por querer fantasiar !?

Desculpe. Outro hábito que adquiri nesses últimos tempos. Defensiva. Andar com a guarda alta. Punhos na altura do queixo. Pensar no que dizer duas vezes. Três vezes. Manipular conversas, falas, gestos. Cultivar a imagem. Pra um e pra outro lado de mim, cultivo imagens. Dualidade. Visto-me em púrpura. Eu sei. Hipócrita. Acho que é um modo de ver a questão. Outro poderia argumentar que é assim que se vive debaixo do sol. Eu lá tenho culpa? Eu lá fiz as regras do mundo?

Não! Não questiono a obra que você fez. Mas olha, venhamos e convenhamos, eles são estranhos! Sério! Olha: todos alegres dançando em meio a guerra, apegando-se às suas verdades medonhas ou gloriosas, ignorando o CAOS que ruge lá fora. Acham que esse CAOS é desordem, morte, antítese de suas sínteses. Não. CAOS é ordem. Ordem desconhecida, assim me foi dito (ou eu tive essa epifania sozinho? Nem lembro). Daí vem as noções de Absurdo e coisas derivadas que escrevo aqui de quando em quando.

Se te ofendo... bem, faça algo a respeito, porque Eu não consigo mudar agora. Sério. Não sozinho, não isso; tão profundo quanto o Sheol e tão duro quanto o ciúme. Esse amor... por quem? por quê? Por mim, pela dualidade, por Ele...? Ainda não decidi e talvez nem decida. O quê!?!?!?? Ah, como vou saber? Eu lá mando em mim? Gostaria, acredite, eu GOSTARIA de mandar em mim de quando em vez.