terça-feira, 13 de julho de 2010

O Apogeu da Transgressão ou James Dean morreu?

E lá estávamos nós cinco, após algum tempo de separação forçada, conversando e discutindo como sempre, com sutis diferenças na perspectiva, com todo o tempo do mundo para concordar e discordar. Pulando de Lady Gaga para a construção histórica do " rebelde" (daí o Sr. Dean do título) e daí para o cavaleiro da fé kierkegaardiano; mais uma reunião espontaneamente séria e sarcasticamente comentada em notas de rodapé improvisadas em conversas pararelas.

O que norteou a confusão (eu sei, é uma aparente contradição em termos) foi a palavra "transgressão" e os significados que ela poderia assumir para alguém que queira ter uma coerência interna mínima.

No fazer artístico, significa procurar chocar, quebrar padrões, (tentar) ser autêntico. Tudo muito altamente discutível, questionável e que repugna certa parte de mim (se majoritária ou não, é outra história) por pressupor qualquer-coisa-que-ainda-não-consigo-frasear. Talvez seja simplesmente porque supõe o artista enquanto Outro Além, médium entre esferas de existência ou qualquer coisa do tipo. É, talvez seja isso. E tenho problemas com quimeras ingênuas.

Na história. Ah, pensem aí: James Dean enquanto mito, brand cultural e símbolo que liga com a ascenção/criação/reprodução da cultura jovem no pós-guerra, o rock como música transgressora e imoral, a publicidade entrando nos seus moldes atuais de atuação no mercado (Mad Men!), indústria automobilística reerguendo-se, dissolvição das estruturas de classes pré-II Guerra e muitos outros nexos causais que estou com preguiça de pontuar (sintam-se à vontade para retificar isso tá?).

No viver cristão.

No viver cristão...

No viver cristão chegou-se a conclusão... qual?

É possível ser transgressor (passar para outro lado. Vá ler o Aurélio!) com outros? Ou é tudo sempre individual, dependente do "carismático", do "iluminado", do "ungido" fulan@? E se é tudo uma e outra coisa, como sempre digo, onde se traçam as linhas? Se vejo algo torto quero consertar. Mas vale a pena consertar a Igreja? E não me venham com essa de "é só Jesus/Espírito Santo/Deus que conserta a Igreja". CLARO QUE SIM. Mas você, piedosos, acham que Ele usa o quê? O anjo descerá do céu no último dia, tocando a trombeta. Não é interessante que o Novo Testamento delegue para o último dia feitos fantásticos como esses? Mesmo os sinais e maravilhas prometidos aos santos após a Ascenção do Cristo são sobre o corpo mortal e sobre as leis naturais. São distorções, passsagens alternativas no código da programação, digamos assim. A Ele ficam reservados, por ora, coisas como atravessar paredes.

Vale a pena transgredir? Vale a pena passar por esse deserto solitariamente? Viver do que os corvos trazem? Teríamos CORAGEM para isso? E mais importante: (realmente) achamos necessário mudar as coisas? Não mudar para permanecer. Mudar para modificar e seja-o-que-Ele-quiser.

Será?

4 comentários:

Victor Nikolai disse...

QUE LINDO... NÃO ENTENDI MUITA COISA MAS ACHEI O TEXTO MUITO INFORMATIVO.

Zek Nascimento disse...

Meu caro, Rob, alegria sempre!

Como de costume, seu texto vem recheado de referências que eu tenho que googlear depois, continue assim. Sem falar na carga reflexiva a que ele nos expõe, com questões que pareciam já bem esclarecidas, mas que é sempre bom olharmos além.

Bom, uma tarde de domingo (como essa), é um bom momento pra refletir acerca desse viver cristão. Olhando por esse espelho histórico que você, muito sabiamente apresentou, enxergamos que essas transgressões (na música, na publicidade, na indústria) só vieram a existir pela necessidade urgente (que foi enxergada por individuos e grupos) até atingirem o ápice de se transformarem em novos padrões de massa. E é aí que está o problema da transgressão, o pós, a continuação. Já vivemos transgressões religiosas bastante sangrentas, que resultaram no maior racha da história cristã (Protestante x Católico), mas a grande pergunta é, depois de 500 anos, qual é a "transgressão" que estamos precisando? (essa é difícil, hein? rsrsrs)

Mesmo assim, acredito que podemos subverter os padrões todos os dias quando nos dispomos a ser a "diferença", quando NÃO nos submetemos às massas, quando resolvemos pensar e agir diferente da maioria que nos cerca. E assim vamos encontrando pessoas que se identificam com isso, e dai poderemos influenciar os demais... catapimba, temos uma transgressão! rsrs


No Amor que nos faz um!
Abraço do @zeknascimento.

Yuri W Ohana disse...

A igreja transgrediu a muito tempo, está na pratica do ser humano transgredir.
A proposta de mudança é o mesmo que propor em violar algo, que traga beneficios.
O transgredir é a busca por um beneficio seja ele pelo mudo bom ou ruim.
Toda mudança é a transgressão de algo que está ruim, afinal a palavra significa "infringir, violar, quebrar."
Quando voce se dispoem a mudar algo em sua vida voce inevitavelmente está transgredindo algo que por mais que não seja uma lei em sua vida é um custume, nos acostumamos comas coisas muito rapido, e acaba as vezes tornando-se uma lei para nós, e quando resolvemos mudar transgredimos essa "lei".
De certa forma vale apena transgredir, violar, quebrar o custumi que nós achamos que é "lei".
É certo de que não vai cair do céu como voce disse, teremos que forçar está mudança, teremos que transgredir está suposta lei que na verdade é o custume, se quisermos isso.

Yuri W Ohana disse...

E ele está morto e enterrado, não sobrou mais nada dele, só os ossos, (risos).