terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Formas de vida cibernéticas analógicas e outras coisas importantes (ou não)

Em primeiro lugar, desculpem pela ausência tão prolongada. Parte dela foi devido à minha conhecida relutância em fazer o que me proponho a fazer. E grande parte deve-se ao final de semestre da minha faculdade. Dito isso, vamos ao post.


Os que acompanham meu twitter sabem que estou envolvido com 3 atividades no momento.

1) #borntobe: Uma campanha para arrecadar o máximo de votos para a banda de uns amigos meus, chamada Born to be. As votações se encerram hoje.
2) #palavrantiga: Para ser específico, divulgar e patrocinar a vinda do Marcos Almeida (vocalista do Palavrantiga) para Belém no próximo fim de semana. Calma, provavelmente sairá um outro post somente pra esse assunto depois.
3) #savecaprica: Uma campanha online que se dispõe mobilizar a atenção da NBC para que revisem o cancelamento da série de TV "Caprica" - um spin-off (ou seja, uma série que deriva de outra, mas sem a necessidade de ver a anterior para entender o roteiro) do agora clássico moderno de ficção científica Battlestar Galactica.

Sobre o ponto três: E aqui vai um resuminho sobre a série e suas linhas principais de enredo. Caprica é ambientada em uma sociedade muito similar à nossa, exceto em alguns pontos, dos quais destacam-se o fato que eles são politeístas. Sim, esta é uma sociedade onde os deuses gregos não morreram e onde os humanos habitam 12 planetas diferentes, unidos federativamente. O enredo todo se passa no planeta Caprica (Capricórnio, dã!) onde o grande CEO endinheirado-feito-semideus Daniel Graystone vive bem com a mulher e a filha, Zoe Graystone. O problema é que a filha morre em um atentado a bomba no primeiro episódio. O namorado dela se explodiu levando-a junto com centenas de pessoas "em nome do único e verdadeiro deus" ("the one true god" é uma expressão recorrente dos monoteístas da série).
Cybernetic Lifeform = Cylon

Como toda série de ficção científica que se preze, Caprica traz questões importantes no seu bojo, no caso dela, a essência do que é ser humano, terrorismo com raízes religiosas, intolerância étnica entre outros assuntos (um sujeito no twitter me relembrou que existe um personagem gay e eu o relembrei que uma das monoteístas da série tem vários maridos/esposas). E isso não foi muito bem recebido nos EUA. Mas esse post não é sobre as péssimas técnicas de marketing empregadas pela rede de televisão NBC (através do canal SyFy) ou mesmo sobre o embate politeísmo e monoteísmo. Na verdade, nem é sobre a série em si - já me basto com a indicação que faço pra vocês: baixem e vejam. E revejam. Ok, querem um link? Toma!
A comunidade do Orkut da série também tem ótimos links com os 18 episódios completos e bem legendados. O sub é de qualidade.

Sobre o que é esse post então? Não sobre Caprica em si, garanto. É sobre repercussões.

Talvez seja por isso que custei tanto a escrever algo aqui. E ainda custo. Mesmo com tudo digital e sabendo que alguns botões apagariam tudo o que eu disse, essa máquina parece tão analógica. Tão única. Isso é uma das coisas que realmente me cativou no Caprica. Toda essa abordagem existencialista sobre o que nos torna humanos me fascina muito - pô, o título desse blog é uma referência ao Kierkegaard, o PAI DO EXISTENCIALISMO. ó tio Kierkegaard aí em cima!

A vinda do Marcos Almeida também abriu umas gestalts que não fecharam. Mas isso é um assunto mais... interno. Por aqui, eu solto que vou retomar minha busca do equilíbrio, pois me fizeram repensar toda a "questão púrpura" da minha vida (devo pra mim/vocês um post explicando o que raios é "púrpura").

A vida não é uma canção de amor. Se a vida for alguma música, ela seria uma ópera rock progressiva ou uma elegia cantada em élfico ou na'vi.

Retornando ao Caprica: A questão é: o que é o ser humano? Não se trata de questionar a soteriologia ortodoxa, algo como "Jesus morreu mesmo na cruz por mim?"; não, esse blog (raramente, se o foi e será) não é sobre questionamentos tão fáceis de formular/responder. Há algo em mim que não entendo. Não me apresso em chamá-lo de pecado. Pecado é outra coisa, é o ruim, o mau e o feio. A transgressão da Lei. É algo meu, não Dele, mas não necessariamente pecaminoso. É o que me faz ser eu. A alma analógica. Não reproduzível por meios industriais sem aura.
Até que ponto podemos ter as rédeas em nossas mãos? E por que deveríamos confiar em mais alguém pra nos dizer o limite além de nós, ou melhor, Daquela centelha de vida em nós? Não digo ignorar ética e valores, morais e cânones. Digo não à zumbizada gospel. Sério. Qual a revolta de Zoe Graystone, que a faz refazer um mundo inteiro? É a libertinagem, a relativização extremada, o politeísmo de valores!

Não me levem a mal. Vocês que me leem com frequência sabem que sou "pós-moderno" (de que forma específica é outra história - agora que escrevi isso, será que sou pós-moderno mesmo?) e que certa fluidez é aceitável sim. Gosto da ideia de saber que existem outras coisas além de mim que são interessantes. Isso não quer dizer que eu vá abraçar o mundo todo acriticamente, porém não quero deixar de ter a possibilidade de fazê-lo, a não ser que isto conflite com alguma regra basilar que eu esteja criando para situação X ou Y (faço isso com frequência alta).

O ponto, as usual, são os limites, as barreiras, onde levantar os campos AT. E sabem duma coisa?

Eu descubro isso com o tempo.

So say we all.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Palavrantiga - Pensei (clipe) OU Prólogo de outro post

Gente.

Eu sei que isso tá às traças, mas eu prometo que volto com gás!

O Marcos Almeida, da banda de rock brasileira Palavrantiga esteve aqui em Belém nesse fim de semana que passou e pude passar bons momentos com ele e, no meio de conversas densas (e ourtas nem tanto rs), tem um ou dois brotos de posts crescendo no meu cérebro.

Isso aqui é um "I'm stiiiill aliveeeee" da minha parte. Me cobrem, leitores poucos e fiéis (será?), um post sobre afinal o que é "púrpura", um sobre #savecaprica e o que isso tem a ver com a vinda do Marcos e com a maneira que vivemos hoje, e outro sobre o Rookmaaker (ou qualquer coisa parecida/derivada).

Alegria sempre!

E com musiquinha! Curtam!