É verdade que nunca quis conquistar o mundo. Especialmente quando esses sonhos megalômanos, não tão obviamente formulados, ocultos em frases como "conquistaremos esta terra", tomaram conta das igrejas evangélicas belenenses.
Não sou contra sonhos grandes. O próprio Cristianismo é, de certa forma, um sonho. Pense comigo isso: somos tão além-do-mundo (ou assim deveríamos ser...) que tudo o que cremos é sonho, reformulando, pois como é necessário fazer esta constante reforma e retificação; o fundamental das nossas crenças está baseado no sonho, no não-racional, na fé.
Não sou contra sonhos grandes. O próprio Cristianismo é, de certa forma, um sonho. Pense comigo isso: somos tão além-do-mundo (ou assim deveríamos ser...) que tudo o que cremos é sonho, reformulando, pois como é necessário fazer esta constante reforma e retificação; o fundamental das nossas crenças está baseado no sonho, no não-racional, na fé.
Todos que têm certa afinidade com a doutrina cristã sabem disso, que Deus está "além de nós", nisto os católicos o sentem mais que os protestantes, ao menos alguns deles (isso vale pros dois lados) deduzo. O próprio "Deus é fiel", "Deus é grande" e outros bordões repetidos em tom de graça, devoção ou pura troça conotam essa qualidade transcendente Dele, como que dizendo, seja para o (nosso) bem ou mal, "ei Você que tá aí em cima, me ouve seu...".
Talvez o problema esteja no exagero. "Não sejas demasiadamente santo,nem demasiadamente sábio, porque te destruirias a ti mesmo?" (Ec 7:16), parte rejeitada de um livro esquecido. Quem sabe por que não convém a estes sonhadores enfastiados com seu banquete do espírito, quem sabe por que os tempos atuais desprezem a frugalidade ou ainda por outro fator que me escapa agora.
Ultimamente, contudo, tenho sentido uma compulsão para voltar a sonhar. Calma, nada de chavões gospéis nem esse discurso reducionista que equipara o projeto humano ao Divino - quer prova maior do que "Deus satisfará os desejos do teu coração", citando Sl 37:4-6, esquecendo-se (que conveniente!) de que é o desejo do justo que Ele satisfaz. E nada de "somos justificados por Cristo" aqui. Justiça é santidade pessoal, ética e moral cristãs aqui, não outra coisa. Sou forçado a esses excursos...
O sonho é a manifestação do inconsciente, do arquétipo primário, escolha sua escola psicológica. Mas é algo humano, um desejo de ter qualquer-coisa-que-não-seja-esta, poder entrar num prédio onde (teoricamente) todos são irmãos e sentir-se verdadeiramente assim, não apenas massa, fundo de uma figura patética que só sabe "clamar por mais" sem saber que "mais" é este, e pra quê fazer isso. Algo que não me faça sentir culpado por saber demais, por favor? Existirá outra fé que não esta, diferente não em objeto de culto, mas em prática e cosmovisão? Existirá fé como esta, que reconhece que Deus está em todos os lugares e que nós somos a esplêndida realidade?
Alguém me responde essa? Recorra à subjetividade, ao movimento da igreja emergente, à própria pós-modernidade, à tradição dos pais, a qualquer coisa, mas fale algo! Fale algo.
Ultimamente, contudo, tenho sentido uma compulsão para voltar a sonhar. Calma, nada de chavões gospéis nem esse discurso reducionista que equipara o projeto humano ao Divino - quer prova maior do que "Deus satisfará os desejos do teu coração", citando Sl 37:4-6, esquecendo-se (que conveniente!) de que é o desejo do justo que Ele satisfaz. E nada de "somos justificados por Cristo" aqui. Justiça é santidade pessoal, ética e moral cristãs aqui, não outra coisa. Sou forçado a esses excursos...
O sonho é a manifestação do inconsciente, do arquétipo primário, escolha sua escola psicológica. Mas é algo humano, um desejo de ter qualquer-coisa-que-não-seja-esta, poder entrar num prédio onde (teoricamente) todos são irmãos e sentir-se verdadeiramente assim, não apenas massa, fundo de uma figura patética que só sabe "clamar por mais" sem saber que "mais" é este, e pra quê fazer isso. Algo que não me faça sentir culpado por saber demais, por favor? Existirá outra fé que não esta, diferente não em objeto de culto, mas em prática e cosmovisão? Existirá fé como esta, que reconhece que Deus está em todos os lugares e que nós somos a esplêndida realidade?
Alguém me responde essa? Recorra à subjetividade, ao movimento da igreja emergente, à própria pós-modernidade, à tradição dos pais, a qualquer coisa, mas fale algo! Fale algo.
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