"Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos".
(Salmos 90.16,17)
Desde a primeira vez que ouvi falar destes versos na Bíblia, fiquei intrigado. Devia ter meus 13 ou 14 anos, talvez até menos, e desde aquela época a parte final destaca-se para mim. Confirma a obra das nossas mãos. Não é estranho? Quero dizer, tomando por pressupostos que:
a) Moisés escreveu este salmo;
b) Ele o fez enquanto estava no deserto com aquele bando de gente;
c) construir monumentos não é lá uma coisa muito comum na sociedade hebraica antiga e
d) porque uma obra de um ser humano precisaria ser confirmada pelo Eterno?
Esse trecho é estranho, muito estranho mesmo. Atípico. Humano demais. Vejo nele um desejo de permanência da parte de Moisés, uma vontade de querer resistir, sobreviver; ter um nome entre os homens! É um grito de desespero, um lapso de humanidade num livro tão focado no Eterno! Quantas vezes eu mesmo não o fiz? Quantas vezes eu não olhei para mim enquanto buscava olhar para Ele (ou olhei para Ele em mim, ou olhei para mim para não olhar para Ele, ou...) e senti esse mesmo despreparo, essa incapacidade de permanecer, de obrar a Sua obra, ser MAIS e MAIS para Ele (ou para mim, ou para os outros...)?
Ah, simplesmente busco algo que contemple os dois lados deste rio, o "sagrado" e o "profano", pois um não tem sentido sem o outro, e sem um deles o outro também pereceria. Afinal, Deus criou o bem e o mal (Is 45.7) e tal e tal...
Entenderam a ideia? A dualidade? To meio apressado, sinto muito pelo nível, mas é isso.
To de volta.
Também escrevo coisas aqui agora! Procurem pelas tags com meu nome!
sábado, 11 de julho de 2009
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